Resenha #15: Razão e Sensibilidade - Jane Austen

Título: Razão e Sensibilidade
Autora: Jane Austen
Editora: Martin Claret
Ano:  2015
Páginas: 233






As habilidades de Marianne eram, em muitos aspectos, bastante semelhante às de Elinor. Era sensível e inteligente, mas intensa em tudo: suas angústias, suas alegrias não tinham limites. Era generosa, agradável, interessante: era tudo, menos prudente.

Ao longo de sua vida como escritora, Jane Austen finalizou 6 romances, dentre eles "Razão e Sensibilidade" que foi o primeiro. E é desse triste e quase não-romântico livro que vamos falar hoje.

Razão e Sensibilidade é um livro que caracteriza suas duas personagens principais: as irmãs Dashwood, Marianne e Elinor. Mas antes de falar sobre a história em si, é importante entender o contexto da época em que ele foi escrito e que também se passa.




Estamos falando de uma sociedade europeia de 200 anos atrás. 
Lá no século XVIII, em regiões do interior da Inglaterra também é onde a Jane nasceu e cresceu e que decidiu que esse seria o espaço-tempo de suas heroínas.
Naquela época as mulheres não tinham direito algum sobre a propriedade, ou seja, ela precisava se casar - e casar bem - para que seu marido recebesse as terras e herança do pai, porque ela não poderia herdar nada. Por esse motivo, o casamento era um pré-requisito para ser bem sucedido na vida. Um negócio dos mais importantes de todos. E isso valia para mulheres e homens também. 
A intenção era se casar com alguém que tivesse muitas posses, para aumentar a renda do casal. 
Então, se você quisesse se casar por amor, que se apaixonasse por alguém rico e que esse alguém também correspondesse. Do contrário, não importa o afeto no casamento e sim se foi um bom negócio.

E aí, ainda acha que a época o que imperava era o romantismo?


Voltando à história... aqui vamos conhecer a família Dashwood e o maior registro de John´s por metro quadrado!

Tudo começa quando John Dashwood (o pai) está velho e doente, e antes de morrer deixa seu filho, John Dashwood (o filho) como responsável pela mulher e pelas meias irmãs - fruto do atual casamento.

A senhora John Dashwood (a mãe) já sabe que depois da morte do marido vai ter que se mudar com suas belas filhas, Elinor, a mais velha, Marianne e Margaret, pois sua nora é uma chata de galocha, daquelas pessoas que demonstram que não gostam de você bem na sua cara e deixam claro que querem sempre tirar vantagem de qualquer situação. 

Fanny Ferrars (a nova senhora John Dashwood, porque é casada agora com o dono da propriedade) é sua nora querida que tem dois irmãos, Edward o mais velho e Robert o mais novo. Sua família é riquíssima! - John (o filho) fez um excelente negócio!



A família Dashwood mora numa região chamada Norland. E bem no comecinho da história elas se mudam para um lugar bem longe dali chamado Devonshire, mais especificamente no Chalé Barton, propriedade de um primo da Sra Dashwood, John - outro John - esse é o John Middleton dono de Barton Park e do Chalé que aluga para as mulheres morarem.

Mas, se os livros da Jane são romance, onde é que ele se encaixa nessa história?
Vamos ler, ao longo de 200 páginas, a saga das duas irmãs e suas paixões e desilusões. 

Marianne conhece ali em Devonshire, um cara chamado, adivinhem? 
Isso, mesmo! John! Acho que a Jane não tinha muita criatividade para nomes masculinos nessa história, em compensação tem trocentas personagens femininas e nenhuma repete o nome, mas voltando ao assunto.... ela conhece John Willoughby - chamado ao longo da história pelo sobrenome - e se apaixona perdidamente. 
Já Elinor se apaixonou por Edward Ferrars, sim o irmão da cobra da cunhada dela. E ele, ao que tudo indica, também era apaixonado por ela., por isso Fanny a detestava e as queria longe dali.


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Então aqui temos dois tipos de casais: Marianne e Willoughby que caracterizam aquela paixão de início de namoro, que o mundo tem que saber que eles se amam. Não pensam nas consequências de nada e acham que a vida é fácil pois só se precisa de amor para viver.
Já Elinor e Edward caracterizam aquele casal que se ama mas nenhum deixa claro pro outro e pro resto do mundo. Eles se admiram, suspiram um pelo outro e quando estão juntos tem medo de chegar mais perto. E Marianne não aceita isso. Acha que ele precisa demonstrar os sentimentos e sua irmã também.

A razão é Elinor. Ela é aquele tipo de pessoa que o mundo está desabando ao seu redor, está morrendo por dentro por alguma decepção, mas mantém a voz firme e o controle emocional. (Elinor, eu te amo!)
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E Marianne é a sensibilidade em pessoa. Fala antes de pensar. Demonstra claramente quando não gosta de alguma situação ou de alguma pessoa e não mede as consequências de suas ações. (Marianne, calma, aí, jovem rebelde)
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Marianne, aquele furacão de sentimentos vai amadurecer tão amargamente que dá até um dó dela no fim das contas. É mais uma menina sonhadora que tem o coração quebrado e percebe que precisa mudar seu comportamento para que isso não aconteça mais.

Como eu tinha dito que era um livro triste, o romance arrebatador de Marianne não vai acabar tão bem. Já para Elinor acontecem umas reviravoltas tão grandes que ficamos feliz por ela mas bem no finalzinho da história.


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A lição que Jane queria passar com essas duas irmãs é que apesar de acreditar  no amor precisamos ser prudentes e agir com a razão. E mesmo quando acontecem as coisas mais tristes e dolorosas na vida, devemos manter a cabeça no lugar para não trazer consequências ruins para a vida daqueles que amamos.

OUTROS PERSONAGENS:

Coronel Brandon: eu tinha que falar sobre ele! Um cara com mais de 30 anos que é visto como um solteirão carente. Mas que demonstra ter um caráter impecável e ele acaba se apaixonando pela Marianne, que claro, o despreza, por ele ser velho. Vale lembrar que ela tem apenas 17 anos e um casamento entre eles dois é visto como algo muito bom já que ela é bela e ele, rico. Exatamente isso!
No filme ele é interpretado pelo Alan Rickman, o Severo Snape de Harry Potter! Eu, particularmente gosto muito desse personagem.

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Lucy Steele: a falsiane da história. Não tem como falar muito dela para não dar nenhum spoiler. Mas ô mulherzinha insolente, viu?

Sra Jennings: a tia chata que sempre pede dos namoradinho. Ela é uma mulher que ficou viúva há algum tempo e administra toda a fortuna deixada pelo marido. Já casou as duas filhas e agora o que ela faz no tempo livre é saber tudo o que acontece na vida dos outros e formar novos casais.

Sr. Palmer: a ironia em pessoa. Ele é casado com a filha mais nova da senhora Jennings e demonstra sempre com um péssimo humor o quanto é feliz em seu casamento. Mas é um personagem muito engraçado no fim das contas e que no cinema foi intepretado pelo nosso querido Dr. House - Hugh Laurie.
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Os demais personagens não tem muito destaque na história e acho importante prestar atenção apenas nesses que eu citei.

O filme de 1995 estrelado pela Kate Winslet como Marianne é maravilhoso! Extremamente fiel à obra e acho até que é a cereja no bolo para compreender a história, já que ela é mais condensada e tem poucos personagens. Super indico assistir esse filme!


SOBRE A LEITURA:

É uma leitura densa.  O vocabulário é de séculos atrás e estamos falando de uma escritora que dominava muito a escrita. Então você precisa de concentração e estar dentro da história o que, num primeiro momento, parece ser difícil, já que ela vai trabalhar sua história com costumes e pensamentos lá do século 18 mas não é tão complicado de acompanhar.

A construção das frases é surreal! Não tem como não admirar o estilo de escrita dela.
Se vale a pena ler Jane?
Vá agora e já comece ;)





1 comentários. Clique aqui para comentar também!

  1. Quero muito lê esse livro! Essa edição tá maravilhosa e essa capa? Linda! Amei sua resenha bjosss haja as fotos estão bem fofinhas tbm rs
    aleituramagica.wordpress.com

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